Quando você começa a trabalhar em uma empresa ou quando muda para outro setor da empresa onde você já trabalha, se há uma coisa que você sempre faz questão de saber é a quem você responderá diretamente. A maioria das pessoas chamam de “chefe”, outras chamam de gestão, algumas chamam de “mal necessário” e outras encaram de forma mais pragmática: devo puxar o saco de quem mesmo?
Pois bem! Independentemente do nome que receba ou da forma como será tratada, esta pessoa, o/a “chefe”, tem uma importante missão na empresa. Não que todos a entendam desta forma ou a reconheçam assim, mas a missão é: fazer você dar o resultado que a empresa precisa.
Bom, isso é o que o/a “chefe do(a) seu gestor(a)” cobrará dele(a), mas não é necessariamente o que ele/ela fará com você! Sim, a forma de atuação do(a) seu/sua gestor(a) definirá a tênue linha que irá delimitar onde está o paraíso e onde será o inferno no seu trabalho.
Ah, você acha que estou sendo dramático? Que isso só acontece com o seu vizinho, mas nunca acontecerá com você? Bom, posso lhe afirmar categoricamente: você está enganado(a). Uma gestão pode ser tão boa quanto é bom usar um sapato apertado.
Não quero dizer que a gestão não seja necessária. Sim, ela é, mas o problema é que meu gestor não me entende. Por exemplo: quando vou ao banheiro e demoro 30 minutos é preciso entender que estou fazendo uma necessidade fisiológica e para a qual cada pessoa tem o seu próprio tempo. O meu é em média 30 minutos. Não faço isso por mal, mas é que não consigo em menor tempo.
Quando vou fazer um relatório há algumas informações que preciso obter com outros colegas e é por isso que preciso conversar com eles um pouco mais demoradamente durante o café ou mesmo durante uma reunião. Informações precisas é que gerarão um relatório preciso. Como sou uma pessoa muito social, sempre que uma conversa dessa de obtenção de informações começa, não há como deixar de cumprir as amenidades: falar sobre o clima, o time de futebol, a qualidade da comida do restaurante da companhia, do novo modelo de carro que foi lançado, da fofoca política do momento e assim por diante. Não posso falar direto do que preciso. Isso acabaria soando deselegante e a informação necessária poderia vir distorcida. Como sou uma pessoa consciente e atuo sempre em prol da empresa, não economizo em amenidades!
Outro ponto que sempre me deixa bastante incomodado em relação a atuação da gestão é que sempre que uma reunião é marcada ela tem horário para começar, mas atrasa, pois, o meu gestor estava em uma outra reunião com a diretora e atrasou um pouco. E a hora de término acaba não sendo respeitada. Como eu tenho uma disciplina para minhas necessidades fisiológicas e também para a obtenção de informações, esses atrasos prejudicam muito meu desempenho no trabalho e comprometem meu resultado. Fico muito chateado com isso!
Eu cumpro uma jornada semanal de quarenta horas de trabalho. Olha, não é fácil! Tenho muito o que fazer e minha gestão fica marcando reuniões de acompanhamento três vezes por semana para saber o que eu estou fazendo. Ora, ele não sabe o que eu faço em meu trabalho? Precisa ficar me interrompendo para que eu diga a ele o que eu estou fazendo? Poxa, porque não lê meus relatórios? Afinal eu escrevo relatório para quê? Penso que é para serem lidos e não para serem explicados para quem não os lê.
Agora o fim da picada é ter que escutar a diretora elogiar o meu gestor sobre o excelente resultado demonstrado nos relatórios que eu elaborei, com as informações que obtive fazendo o trabalho de coleta de informações de forma tão efetiva e me valendo do perfeito equilíbrio que consigo atingir por estar em dia com minhas necessidades fisiológicas e a diretora sequer sabe meu nome.
Agora, atenção você: sua gestão apresenta algum dos comportamentos citados? Sim? Então vocês precisam começar de novo e discutir e repensar essa relação de trabalho.
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