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Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados.

Palestrante, Pedagogo, Escritor, e Mentor

A inocência das crianças aumenta nossa responsabilidade educadora!
Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Entender a teia de senões e porquês que orbitam a nossa profissão, sim a profissão docente, é um desafio sobre o qual me debruço a um tempo longo o suficiente para me permitir afirmar, com um bom grau de certeza, que tenho ainda muito o que pesquisar.

Ao contrário de outras profissões, parece que a percepção que se têm sobre nosso ofício é que somos pessoas que optaram por se tornar docentes, constituindo-se numa espécie de párias da sociedade. Muita gente sequer reconhece que é uma profissão. Parece que ser professora, ser professor é uma espécie de hobby que escolhemos fazer porque não estamos afim de fazer outra coisa em nossas vidas. Que mistério é esse? Porque será que esse entendimento povoa a mente de tanta gente?

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

O que explicaria, por exemplo, o fato de uma professora ou professor que trabalha 40 horas por semana (isso apenas na escola), que fez seu curso superior, da mesma forma que os profissionais das demais áreas no mesmo nível de formação, fez seu estágio – obrigatório aliás, como em poucas profissões se exige – conquistou seu diploma de formação universitária, ser chamada (o) pelos seus alunos e alunas de “tia” ou “tio”? Bem, na verdade essa foi uma pergunta retórica. Já escutei as mais variadas explicações para isso: desde um “trocadilho” entre ser a melhor versão aportuguesada para a palavra inglesa teacher, até o apelo afetivo, pois esse tratamento serviria para melhor aproximar docentes e estudantes. Como já alertou Paulo Freire, “Professora, Sim! Tia, não!”.

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Outro raciocínio que tenho observado pulular por aí é o de que quem atua na educação pré-escolar deve ganhar menos do que quem atua no fundamental I, que por sua vez deve ganhar menos do que quem atua no fundamental II, que deve ganhar menos do que quem atua no ensino médio. Bom, para dizer o mínimo: tremenda bobagem isso! Qual é a justificativa? Então quer dizer que porque a pessoa trabalha com o desenvolvimento da coordenação motora da criança de quatro anos ela é profissionalmente “menos formada” do que aquela pessoa que ensina a usar a Fórmula de Bháskara e por isso deve ganhar menos? Cito este comparativo apenas para ficar dentro de nossa profissão, porque se for analisar outras profissões, fica ainda pior.

Outro comportamento curioso que é possível observar com relativa facilidade por parte de algumas mães, pais e responsáveis é a atribuição de culpa que fazem às professoras e aos professores pelo baixo desempenho de seus filhos e filhas. Alguns até dizem: “… o ensino lá na escola tal é muito fraco!”. Ora, e o que me dizem esses mesmos pais e responsáveis em relação à sua integral responsabilidade quanto à educação dessas crianças, acompanhamento e apoio aos estudos de contraturno escolar em casa?

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Nem as professoras são culpadas e nem os professores são culpados

Tive também a oportunidade de flagrar pessoas dizendo: “… esses professores também são muito folgados, trabalham vinte horas por semana, mas ficam só doze horas em sala de aula e o resto ficam na sala dos professores comendo bolachinha e tomando café”. Nossa, que falácia, que absurdo! Não apenas não sabem o que estão falando, como não tem o menor conhecimento de causa. Sinceramente, fico muito incomodado com isso tudo. Isso me faz acreditar até, que essas pessoas pensam que nós professores e professoras somos os culpados por tudo que está acontecendo por aí, mundo afora.

Seja firme sempre que preciso, mas nunca seja rude ou violento!

Seja firme sempre que preciso, mas nunca seja rude ou violento!

Pois então eu vou lhes dizer que sim, somos “culpados e culpadas” de tudo que acontece no mundo, porque todos os profissionais, de todas as profissões, de todas as áreas em todos os cantos do mundo conhecido tiveram uma professora, tiveram um professor que lhes ensinou a decifrar os códigos, interpretar mensagens, codificar os pensamentos, perpetuar o conhecimento e a desenvolver o saber. O quanto cada pessoa aprofundou esses conhecimentos e como ela o aplicou em sua vida, com sua família, na sociedade com sua profissão, bom isso já é outro assunto e em relação a ele, nós professoras e professores não apenas não temos controle, como também não podemos inferir ou interferir.

Tudo o que fazemos é ajudar as pessoas a aprender!

*Professor Marcus Garcia é palestrante, escritor, pedagogo e mentor. Possui Mestrado em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação, Especialização em Gestão do Conhecimento nas Organizações e Graduação em Pedagogia. Autor de dezenas de livros e artigos nas áreas educacional, motivacional e técnica. Site: http://www.marcusgarcia.com.br

 

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