A escola estava virada no caos, uma bagunça! Tudo conspirava para que a coisas dessem errado ou na melhor das hipóteses “apenas” mais um docente tendo um ataque de nervos. Ah, que começo de ano, que loucura! A diretora, que pena daquela mulher, não sabia por onde começar dada a quantidade de pessoas com problemas que batiam à sua sala: com o zelador de atestado médico os banheiros e o pátio estavam uma sujeira só; a bibliotecária de licença maternidade; parte da merenda não foi entregue e as merendeiras não sabiam o que servir para o lanche das crianças; um dos ônibus, o do transporte das crianças da periferia, nem saiu da garagem, problema no motor, informou o motorista. Nossa! Não faltava acontecer mais nada; sim, faltava, alguns pais estavam ensandecidos na Secretaria porque exigiam vaga no período integral para seus filhos.
Esse cenário pode ser considerado típico em algumas escolas. Em maior ou em menor proporção, mas típico, pois a rotina na escola é um eterno desafio à equipe pedagógica, administrativa e de gestão. Não tem moleza por lá. Então, na melhor das intenções de apoiar essa equipe escolar minimizando suas dificuldades trago aqui uma lista com quatro coisas que se as famílias souberem como e agirem de forma adequada, poderão ajudar muito seus filhos e filhas e de quebra irão minimizar as dificuldades da escola como um todo. Então vamos lá!
1) Seu/sua filho (a) vai mal na escola. O que fazer?
Não procure de quem é a culpa, pois além de não ajudar em nada criará um clima de stress emocional para a criança que só fará a situação piorar. Comece conversando com a criança ou jovem colocando-se ao lado dela, deixando claro que você quer ajudar a entender a dificuldade pela qual ela passa, por exemplo, diga para ela: Sei que você está com dificuldade em avançar nos estudos e quero ajudar você a descobrir uma forma de juntos resolvermos isso. Ela precisa sentir-se segura e apoiada para que aceite a ajuda, do contrário ela ficará retraída e fechada à busca da solução. Depois vá na escola junto com seu filho (a) e converse com a Coordenação Pedagógica ou na ausência dela com a (o) pedagoga (o) responsável mostrando que você está ciente da situação e que busca ajudar na solução do problema. Ouça as recomendações que forem dadas, analise-as se são coerentes e apoie seu filho (a) na execução, mostrando-se sempre ao lado dele (a).
2) Seu/sua filho (a) está sofrendo bullying na escola? O que fazer?
Sempre que o comportamento de uma ou mais pessoas de forma recorrente, seja através de palavras ou ações, tenha por objetivo intimidar, humilhar, envergonhar ou ridicularizar alguém estará caracterizada a prática do bullying. Comece conversando com seu/sua filho (a) vítima do bullying para entender exatamente em que circunstâncias ele ocorre. Não tome nenhuma ação na tentativa de resolver pelas próprias mãos a situação, diretamente com os agressores (ou com seus pais). Vá junto com seu/sua filho (a) à Direção Geral da escola e informe-a da ocorrência, pergunte se ela tinha conhecimento disso e pergunte o que está sendo feito objetivamente para punir os agressores. Sim, bullying é um tipo de agressão e precisa ser punido com sanções disciplinares ao (s) agressor (es). Em seguida escreva uma carta, pode ser de próprio punho, relatando o fato, a reunião ocorrida com a Direção Geral e o pedido de providências que foi realizado. Date e assine e protocole o documento (a carta) na Secretaria da Escola. Fique com uma cópia!
3) Não sei ajudar meu filho com a lição de casa. O que devo fazer?
Não se culpe por isso, mas seja humilde e suficientemente honesto (a) e diga: Filho (a) eu não sei fazer isso, mas vou te ajudar a encontrar quem possa ajudar. Nós vivemos em sociedade e geralmente conhecemos pessoas, sejam familiares, sejam amigos que poderiam ajudar. Converse com eles e veja quem pode e está disposto a isso. Estimule seu/sua filho (a) a procurar colegas para formar grupos de estudo. Os próprios colegas podem se ajudar. Enquanto alguns sabem e vão bem em alguns assuntos, outros sabem e vão melhor em outros e dessa forma podem se ajudar. Ofereça sua casa para esses encontros convidando também outros pais para participar vai ser muito legal e divertido!
4) Meu/minha filho (a) está com muitas faltas, mas ele (a) vai para a escola todos os dias. O que fazer?
Com o registro das faltas em mãos (e isto é muito importante), chame seu/sua filho (a) para conversar sobre isso dizendo que quer entender por que ele (a) tem tantas faltas se foi para a escola todos os dias e não ficou doente. Escute a resposta dele (a) sem fazer qualquer tipo de juízo de valor. Deixe que ele (a) explique os motivos das faltas. Coisas do tipo: esqueci de responder a chamada, a professora me persegue, cheguei atrasada na aula. Não importa, escute tudo! Marque uma reunião na escola para apresentar os argumentos de seu/sua filho (a) para a Coordenação Pedagógica ou na ausência dela para a Direção Geral. Analise os dois lados e encontre a verdade dos fatos. Aja com rigor, mas lembre-se seja justo (a) com seu filho (a).
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