Você recebe o aviso que terá uma palestra com o fulano de tal no evento de início de ano e você está com um monte de coisas para fazer; tantas que mal sabe direito por onde deve começar. Então você pensa:
— Que saco! Será que esse pessoal acha que eu não tenho nada melhor para fazer do que ficar perdendo meu tempo escutando alguém que não conhece minha realidade e dificuldades, a falar sobre coisas que eu já conheço, já sei ou já ouvi?
E quando você fica sabendo que será uma palestra motivacional?
— Nossa! Pensei que não podia piorar, mas vai! Vai ser aquele lenga-lenga com um monte de slides com mensagens que eu já vi até nos grupos do WhatsApp e mais aqueles trechos de filmes nada a ver seguido do discurso de que ‘… sim, vocês podem fazer, basta acreditar…’.
Você que leu até aqui e está com curiosidade para saber onde quero chegar: vou compartilhar agora quatro constatações que vão lhe revelar perspectivas a partir das quais suas perguntas poderão ser respondidas.
Fato nº 1 – Só sei que nada sei:
Na máxima socrática “só sei que nada sei” reside a constatação jamais refutada desde sua enunciação de que todos nós devemos buscar incessantemente e de forma crítica o quanto sabemos e o quanto não sabemos sobre as coisas que nos cercam. Só assim poderemos nos tornar pessoas melhores para nossa família, nossos amigos, para a sociedade em que vivemos e para nós mesmos.
Fato nº 2 – Seu tempo, sua prioridade:
Posso afirmar para você com toda a certeza que absolutamente tudo em nossa vida é uma questão de prioridade. Ela define a quantidade e qualidade do tempo que é dedicado a cada atividade. Sempre que você prioriza algo, por exemplo, aprender um novo idioma e você dá a essa prioridade toda a energia necessária para seu desenvolvimento é certo que obterá o sucesso desejado.
Fato nº 3 – As borboletas são parecidas:
Esteja uma borboleta em Moçambique, São Paulo, Nova York, Londres ou Tóquio o bater de suas asas seguirá a mesma lógica que segue o bater das asas de qualquer borboleta. Pode mudar a geografia, ter uma coloração diferente ou tamanhos variados, não importa, a lógica do bater das asas será sempre a mesma, pois elas são borboletas. Nos contextos humanos em suas mais variadas realidades, por mais diversas que elas sejam, são contextos humanos e então seguem a mesma lógica. Por exemplo, se os alunos estão desmotivados e precisam ser motivados para estudar é preciso primeiro identificar o que está faltando, providenciar uma solução para isto e seguir avançando.
Fato nº 4 – Automotivação pode ser aprendida:
Independentemente da capacidade individual o autocontrole, o zelo e a persistência são imprescindíveis para o desenvolvimento da automotivação. Ao aprender a identificar que as recompensas virão pelo esforço, como resultado da persistência, para aqueles que forem zelosos com o que fazem, e que souberem demonstrar o controle suficiente para dar-se o tempo necessário ao aprendizado e à conquista, tendo a motivação para vencer os desafios que se apresentarem, terão aprendido a mais dura das lições: “não há almoço grátis!”
Agora, responda você: Palestra? Para quê? Como alguém que não está aqui o tempo todo, ao meu lado pode me ensinar algo sobre o meu trabalho e minha realidade?
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